quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Mutus Liber

Ora, lege, lege, lege, relege, labora et invenies
Ora, lege, lege, lege, relege, labora et invenies
Ora, lege, lege, lege, relege, labora et invenies

Sobre um livro sem palavras
Humanos sem alma
Vidas sem caminhos
Onde imagens se convertem em textos

Mutus Liber cante para minha sede
Sobre todo o trabalho alquímico.
Mutus Liber grite para os meus pecados

Sobre referências codificadas à bíblia
Mutus Liber abra as portas
Mutus Liber entoe o nosso louvor...

Sobre um livro sem palavras
Humanos sem alma
Vidas sem caminhos
Onde imagens se convertem em textos

Mutus Liber abreçe nossa fraca sabedoria
Sobre o índex
Mutus Liber abreçe nossa fraca sabedoria

Sobre um livro sem palavras
Humanos sem alma
Vidas sem caminhos
Onde imagens se convertem em textos

Mutus Liber cante para minha sede
Sobre todo o trabalho alquímico.
Mutus Liber grite para os meus pecados

Sobre referências codificadas à bíblia
Mutus Liber abra as portas
Mutus Liber entoe o nosso louvor...

Compositor: Heleno Vieira
Gênero: Gothic Metal

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Mutus Liber: como o nome diz, é um livro mudo, sem palavras. Editado originalmente por Eugene Canseliet (1958), e tendo seu autor permanecido anônimo, O Livro Mudo da Alquimia é uma das mais relevantes e belas produções da tradição pictórica do hermetismo medieval. O livro consiste de uma série de figuras que ilustram todo o trabalho alquímico.


A importância desta obra legou-lhe diversas edições e até mesmo uma versão em cores. O "Mutus Liber" é um livro composto por 15 gravuras reportando para o método da Grande Obra alquímica. Não é verdade que este livro não tenha palavras pois, logo na primeira página aparecem referências codificadas à bíblia e, na folha 14, existe uma expressão latina conhecida dos alquimistas: "Ora, lege, lege, lege, relege, labora et invenies" ("Reza, lê, lê, lê, relê, trabalha e encontrarás"). O facto por detrás do conceito aceite de que o livro é mudo deve-se no entanto à total incompreensão dos seus sinais por parte dos leigos em alquimia. Na verdade, apenas os entendidos poderiam descortinar as revelações das gravuras. Note-se que, para além da impressão original datada do século XVII, muito poucas edições mais tardias têm efectivamente valor. Citando um mero exemplo, logo na primeira placa, na edição original, aparece, entre roseiras emaranhadas, um paisagem campestre. Porém, em muitas edições posteriores, a paisagem que aparece foi modificada e observam-se agora cascatas. Este simples pormenor transforma uma cópia mais agradável visualmente numa obra totalmente apócrifa pois, no mundo da alquimia, existem dois caminhos para alcançar o conhecimento. O primeiro é o caminho seco; o segundo é o caminho húmido. Um destes caminhos é mais rápido e perigoso e o outro mais lento porém mais seguro. Assim deve ser visto o Mutus Liber: uma complexa composição de imagens, relatando por sinais apenas absorvíveis pelos os iniciados na matéria, em que nada está representado por acaso. Assim, para os coleccionadores, apenas as edições mais fiéis têm interesse real.


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